Judô
Judô (柔道 Jūdō, caminho
suave, ou caminho da suavidade) é um desporto praticado como arte marcial, fundado por
Jigoro Kano em 1882. Os seus principais
objetivos são fortalecer o físico, a mente e o espírito de forma integrada, além
de desenvolver técnicas de defesa pessoal.
O
judo teve uma grande aceitação em todo o mundo, pois Kano conseguiu reunir a
essência dos principais estilos e escolas de jiu-jitsu,
arte marcial praticada pelos "bushi", ou cavaleiros durante o período Kamakura (1185-1333), a outras
artes de luta praticadas no Oriente e fundi-las numa única e básica. O judô foi
considerado desporto oficial no Japão nos finais
do século XIX e a polícia nipônica introduziu-o nos seus treinos. O primeiro
clube judoca na Europa foi o londrino Budokway (1918).
A
vestimenta utilizada nessa modalidade é o keikogi (kimono), que no
judô recebe o nome de judogui e que, com o
cinturão, forma o equipamento necessário à sua prática. O judogi que é
composto pelo casaco (Uegui), pela calça (Shitabaki) e também pela
faixa (obi), o judogui pode
ser branco ou azul, ainda que o azul seja quase apenas utilizado para facilitar
as arbitragens em campeonatos oficiais.
Com
milhares de praticantes e federações espalhados pelo mundo, o judô se tornou um
dos esportes mais praticados, representando um nicho de mercado fiel e bem
definido. Não restringindo seus adeptos a homens com vigor físico e estendendo
seus ensinamentos para mulheres, crianças e idosos, o judô teve um aumento
significativo no número de praticantes.
Sua
técnica utiliza basicamente a força e equilíbrio do oponente contra ele.
Palavras ditas por mestre Kano para definir a luta: "arte em que se usa ao
máximo a força física e espiritual". A vitória, ainda segundo seu mestre
fundador, representa um fortalecimento espiritual.
História
Decadência e renascimento do jiu-jitsu
Em 1864, o comandante
Matthew Perry, comandante de uma expedição naval americana, obrigou o Japão a
abrir seus portos ao mundo com o tratado "Comércio, Paz e Amizade". Abrindo seus
portos para o ocidente, surgiu na Terra do Sol Nascente uma tremenda
transformação políticos-social, denominada Era Meiji ou
"Renascença Japonesa", promovido pelo imperador Mitsuhyto Meiji (1868-1912). Anteriormente, o
imperador exercia sobre o povo influência e poderes espirituais, porém com a
"Renascença Japonesa" ele passou a ser o comandante de fato da Terra das
Cerejeiras.
Nessa
dinâmica época de transformações e inovações radicais, os nipônicos ficaram
ávidos por modernizar-se e adquirir a cultura ocidental. Tudo aquilo que era
tradicional ficou um pouco esquecido, ou melhor, quase que totalmente renegado.
Os mestres do jiu-jitsu perderam as suas
posições oficiais e viram-se forçados a procurar emprego em outros lugares.
Muitos se voltaram então para a luta e exibição feitas.
A
ordem proibindo os samurais de usar espadas em 1876 assinalou um
declínio em todas as artes
marciais, e com o jujitsu não foi uma exceção.
Tempos
depois existiu uma onda contrária às inovações radicais. Havia terminado a onda
chamada febre ocidental. O jiu-jitsu foi recolocado na sua posição de
arte marcial, tendo o seu valor reconhecido, principalmente pela polícia e pela
marinha. Apesar de sua indiscutível eficiência para a defesa pessoal, o antigo
jiu-jitsu não podia ser considerado um esporte, muito menos ser praticado como
tal. As regras não eram tratadas pedagogicamente, ou mesmo padronizadas. Os
professores ensinavam às crianças os denominados golpes mortais e os
traumatizantes e perigosos golpes baixos genitais. Sendo assim, quase sempre, os
alunos menos experientes faixas brancas a machucavam-se seriamente. Valendo-se
de sua superioridade física, os maiores chegavam a espancar os menores e mais
fracos. Tudo isso fazia com que o jiu-jitsu gozasse de uma certa impopularidade,
especialmente entre as pessoas mais esclarecidas.
Nascimento
Baseado
nesses inconvenientes,um jovem que na adolescência se sentia inferiorizado
sempre que precisava desprender muita energia física para resolver um problema,
resolveu modificar o tradicional jiu-jitsu, unificando os diferentes sistemas,
transformando-o em um veículo de educação física.
Pessoa
de alta cultura geral, ele era um esforçado cultor de jujutsu. Procurando
encontrar explicações científicas aos golpes, baseados em leis de dinâmica, ação
e reação, selecionou e classificou as melhores técnicas dos vários sistemas de
jujutsu,juntamente com os imigrantes japoneses dando ênfase principalmente no
ataque aos pontos
vitais e nas lutas de solo do estiloTenshin-Shinyo-Ryu e nos golpes
de projeção do estilo Kito-Ryu. Inseriu princípios básicos como os do equilíbrio, da gravidade e do
sistema de alavancas nas execuções dos
movimentos lógicos.
Estabeleceu
normas a fim de tornar o aprendizado mais fácil e racional. Idealizou regras
para um confronto esportivo, baseado no espírito do ippon-shobu(luta pelo
ponto completo). Procurou demonstrar que o jujutsu aprimorado, além de sua
utilização para defesa pessoal, poderia oferecer aos praticantes,
extraordinárias oportunidades no sentido de serem superadas as próprias
limitações do ser humano.
Jigoro
Kano tentava dar maior expressão à lenda de origem do
estilo Yoshin-Ryu (Escola do Coração de Salgueiro), que se baseava
no princípio de "ceder para vencer", utilizando a não resistência para
controlar, desequilibrar e vencer o adversário com o mínimo de esforço. Em um
combate, o praticante tinha como o único objetivo a vitória. No entender de
Kano, isso era totalmente errado. Uma atividade física deveria servir, em
primeiro lugar, para a educação global dos praticantes. Os cultores
profissionais do jujutsu não aceitavam tal concepção. Para eles, o verdadeiro
espírito do jujutsu era o shin-ken-shobu (vencer ou morrer, lutar até a
morte).
Por
suas idéias, Jigoro Kano era desafiado e desacatado insistentemente pelos
educadores da época, mas não mediu esforços para idealizar o novo jujutsu,
diferente, mais completo, mais eficaz, muito mais objetivo e racional,
denominado de judô. Chamando o seu novo sistema de judô, ele pretendeu elevar o
termo "jutsu" (arte ou prática) para "do", ou seja, para caminho ou via, dando a
entender que não se tratava apenas de mudança de nomes, mas que o seu novo
sistema repousava sobre uma fundamentação filosófica.
Em
fevereiro de 1882, no templo de
Eishoji de Kita Inaritcho, bairro de Shimoya em Tóquio, Jigoro
Kano inaugura sua primeira escola de Judô,
denominada Kodokan (Instituto
do Caminho da Fraternidade), já que "Ko" significa fraternidade, irmandade; "Do"
significa caminho, via; e "Kan", instituto.
No Brasil
No
fim da década de 1910 e início da década seguinte, Takaharu (ou Takaji)
Saigo, 4° dan de judô, ensinava a arte na cidade de São Paulo, em sua
academia localizada na Rua Brigadeiro Luiz Antonio. Em 1922 e 1923, ele chegou a
fazer demonstrações da arte perante personalidades políticas e militares da
época e teve alunos tanto japoneses quanto não japoneses. Diz-se que Takaharu
Saigo era neto de Takamori Saigo, um dos homens mais importantes da Restauração
Meiji no Japão.
O conde
Coma (Mitsuyo
Maeda), como também era conhecido, fez sua primeira apresentação em Porto
Alegre. Partiu para as demonstrações pelos Estados do Rio de
Janeiro e São
Paulo, transferindo-se depois para o Pará em outubro de
1925, onde popularizou seus conhecimentos dessa arte. Outros mestres também
faziam exibições e aceitavam desafios em locais públicos. Mas foi um início
difícil para um esporte que viria a se tornar tão difundido.
Um
dos primeiros torneios de judô foi realizado no dia 01 de maio de 1931 na cidade de Araçatuba, estado de São
Paulo. Organizado porYuzo Abematsu, 4o dan e ex-professor de judô da
Escola Superior de Agronomia de Kagoshima, da Segunda Escola de Ensino Médio e
do Batalhão da Polícia do Exército do Japão, o torneio incluiu lutas contra boxe e luta greco-romana.
O
judô no Brasil passou a ser organizado e largamente difundido a partir de agosto
de 1933, com a fundação
da Hakkoku Jûkendô Renmei, a Federação de Judô e Kendô do Brasil,
por ocasião do 25o aniversário da imigração japonesa ao Brasil. Do lado do judô,
foram membros fundadores as seguintes personalidades: Katsutoshi
Naito, Tatsuo Okochi, Teruo Sakata e Zensaku
Yoshida.
Nessa
época, além dos quatro mestres supracitados, o judô no Brasil contava também com
o mestre Tomiyo Tomikawa e com Shigejiro Fukuoka, mestre de
jujutsu tradicional. Estes seis mestres eram os principais expoentes do judô na
época, dentro do âmbito da Hakkoku Jûkendô Renmei.
Um
fator relevante na história do judô foi a chegada ao país de um grupo de
nipônicos em 1938. Tinham como líder
o professor Ryuzo Ogawa e fundaram a Academia Ogawa, com o
objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, por meio
do esporte do quimono. Apesar de Ryuzo Ogawa ser um mestre de jujutsu
tradicional, chamou de Judô a arte marcial que lecionava quando este nome se
popularizou. Portanto, ensinava um estilo que não era exatamente o Kodokan Judo,
o que não diminui sua enorme contribuição ao começo do Judô no Brasil. Daí por
diante disseminaram-se a cultura e os ensinamentos do mestre Jigoro Kano e em 18 de
março de 1969 era fundada a Confederação
Brasileira de Judô, sendo reconhecida por decreto em 1972. Hoje em dia o judô
é ensinado em academias e clubes e reconhecido como um esporte saudável que não
está relacionado à violência. Esse processo culminou com a grande oferta de bons
lutadores brasileiros atualmente, tendo conseguido diversos títulos
internacionais.
Academia Terazaki
Réplica
do primeiro templo de judô do Japão, o Kodokan, a Academia Terazaki, ou Clube
Recreativo de Suzano Judô Terazaki, é a primeira academia de Judô da América e
começou a ser construída no ano de 1937 por Tokuzo Terazaki, que idealizava
difundir os ensinamentos do judô. A conclusão foi em 1952 e na construção contou
com o apoio de muitas pessoas ligadas à colônia e até do Japão. A academia fica
localizada na cidade de Suzano, região
metropolitana de São Paulo.
Tokuzo
Terazaki, ou mestre Terazaki, como é conhecido por seus discípulos, nasceu em 16
de agosto de 1906 em uma aldeia chamada Tominami, entre as cidade de Sihinjo e
Yamagata, no Japão. Filho do sr. Tsuruki e D. Shingue, foi o terceiro filho.
Depois
de terminar o curso primário, foi para a cidade de Yamagata onde matriculou-se
na escola agrícola. Logo depois migrou para Tóquio, onde trabalhava na indústria
Kubota de Ferro. Nas horas de folga treinava na academia do sr. Torakiti,
Masateru Futakawa, onde aprendeu ju-jutsu com os fundadores do estilo.
Mais
tarde no Kodokan, sob a instrução do mestre Mifune conseguiu título de graduado.
Atualmente, as aulas na academia Terazaki são ministradas pelo sensei Celso
Tochiaki Kano, que foi aluno do mestre Terazaki e segue os passos.
Em
1928, mestre Terazaki casou-se com D. Kiyoe, tendo como padrinho o professor
Futakawa. Kiyoe trabalhava na Kanebo, uma empresa de tecelagem e fiação, que
mais tarde Terazaki conheceu o presidente por meio da esposa e quando este
iniciou a exploração na região da Amazônia, Terazaki colaborou na convocação de
voluntários para a imigração. Além de convocar, decidiu participar da imigração
chegando em Belém no Pará, em 1929. Sua chegada, marcada pela epidemia de
malária e o poço em que utilizavam para estava infestado de amebas. Na época,
dezenas de pessoas morreram, incluindo Teruko, a filha de Terazaki.
Em
1933, da ligação que teve com Katsutoshi Naito em Tóquio no Kodokan, veio a
influência da vinda a Suzano, onde após quatro anos na Amazônia, chega a cidade,
onde atua no cultivo de morangos na plantação de Naito.
Enquanto
atuava na agricultura, crescia a fama de sua técnica como judoca e
frequentemente era convidado a ensinar a arte marcial em Suzano. Em 1934, após
um ano de trabalho na plantação de Naito, Terazaki compra um terreno no Bairro
da Vila Urupês, em Suzano, onde abriu uma academia de judô e também fazia
atendimento a todos os casos de fratura óssea e técnica ortopédica em geral de
forma voluntária.
Após
a II Guerra Mundial, foi
organizada uma associação de graduados em judô. O presidente foi Katsutoshi
Naito e Terazaki era vice. Com o aumento de adeptos veio a seguir a necessidade
de organizar a Federação Nacional de Judô.
Das
demonstrações da modalidade a Marinha veio a introdução da modalidade no
exército. Na mesma época com o apoio de seus discípulos, amigos, iniciou-se
campanha para angariar recursos para a construção da academia. Os resultados
discípulos abriram academias por Estados brasileiros como Rio de Janeiro, pelo
exercito, polícia
Outra
faceta pouco conhecida do mestre é a fama de deus do Izumo, ou [Santo Antônio],
o santo casamenteiro pela facilidade de unir casais, que foram ao menos 400.
Pelos
trabalhos prestados a policia militar do Rio de Janeiro, a academia de Agulhas
Negras e a policia rodoviária recebeu várias condecorações. Em 1958 recebeu
titulo de cidadão suzanense.
Os
três princípios
Os
princípios que inspiraram Jigoro
Kano quando da idealização do judô foram os três seguintes:
- Princípio da máxima eficiência com o mínimo de esforço (seiryoku zen’yo)
- Princípio da prosperidade e benefícios mútuos (jita kyoei)
- Princípio da suavidade, ou seja, o melhor uso de energia (ju)
[editar]Graduações
Os judocas são classificados em duas
graduações: kiu e dan.
As
promoções no judô baseiam-se em exames que incidem sobre requisitos tais como:
duração de tempo de treino, idade, caráter moral, execução das técnicas
especificadas nos regulamentos e comportamento em competições. No caso de
promoção de kiu(classificação), faixa branca a marrom é outorgada pela
associação, no caso de promoção as graduações de dan, até 5º dan são
realizadas pela banca examinadora da Liga ou Federação Estadual, as outras
graduações superiores pela Confederação Nacional.
Os
graus no Judô dividem os alunos nos grupos: Dangai (da faixa branca à
marrom) Yudan (do 1º ao 5º Dan) Kodanshas (faixa "coral" e faixa vermelha). O
mais alto grau concedido é a extremamente rara faixa vermelha Judan (10º Dan)
que até o ano de 2009 fora concedida
apenas a 15 homens, sendo que até a referida data 3 estão vivos (Toshigo Daigo,
Ishiro Abe, Yoshimi Osawa) os três promovidos dia 08/01/2006 pelo Kodakan.
[editar]Graduações kyu
Há
oito graus de kyu (seis em Portugal), os quais se distinguem pelas cores
das faixas:
00 KYU. | Mukyu. | Faixa Branca. (+) |
07º KYU. | Nanakyu ou Shichikyu | Faixa Cinza. - (*) |
06º KYU. | Rokukyu. | Faixa Azul. - (*) |
05º KYU. | Gokyu. | Faixa Amarela. (**) - (++) |
04º KYU. | Yonkyu. ou Shikyu. | Faixa Laranja./ Abóbora. |
03º KYU. | Sankyu. | Faixa Verde. |
02º KYU. | Nikyu. | Faixa Roxa. |
01º KYU. | Ikyu. | Faixa Marrom. (*+) |
OBSERVAÇÕES
(*) Apenas para pessoas com menos de 18 anos de idade.
(*) Apenas para pessoas com menos de 18 anos de idade.
(+)
Todo judoca inicia no judô nesta faixa.
(**)
Segunda faixa para os judocas com mais de 18 anos de idade.
(++)
Quarta faixa para os judocas com menos de 18 anos de idade.
(*+)
Última (sétima ou nona) faixa para o judoca.
Graduações dan
As
graduações de dan avançam de modo crescente, ao contrario das graduações
kyu, indo do 1º dan (shoudan) ao 10º dan (juudan).
Esses graus se diferenciam pelas seguintes cores das faixas:
1º DAN | Shoudan ou Ichidan | Faixa Preta |
2º DAN | Nidan | Faixa Preta |
3º DAN | Sandan | Faixa Preta |
4º DAN | Yondan ou Shidan | Faixa Preta |
5º DAN | Godan | Faixa Preta |
6º DAN | Rokudan | Faixa Vermelha e Branca |
7º DAN | Nanadan ou Shichidan | Faixa Vermelha e Branca |
8º DAN | Hachidan | Faixa Vermelha e Branca |
9º DAN | Kyuudan ou Kudan | Faixa Vermelha |
10º DAN | Juudan | Faixa Vermelha |
Pontuação
O
objetivo é conseguir ganhar a luta valendo-se dos seguintes pontos:
-
- Yuko - um terço de um ponto. Um Yuko se realiza quando o oponente cai de lado, ou quando é imobilizado por 15 segundos
- Wazari - meio ponto, dois wazari valem um ippon e termina o combate logo após o segundo wazari.Um Wazari é um "Ippon" que não foi realizado com perfeição, também ganha wazari, se conseguir imobilizar o oponente por 20 a 24 segundos.
- Ippon - ponto completo, o nocaute do judô, finaliza o combate no momento deste golpe. Um Ippon realiza-se quando o oponente cai com as costas no chão, ao término de um movimento perfeito, quando é finalizado por um estrangulamento, chave de articulação, ou quando é imobilizado por 25 segundos.
Penalizações
O
Shido é a penalização mais fraca do judo. É uma advertência que não gera pontos
ao adversário.
O
Shido 2 é atribuído quando se comete uma infração um pouco mais grave, ou quando
é atribuído um segundo Shido. Ao atribuir-se Shido 2 a um combatente, atribuí-se
um Yuko ao outro.
O
Shido 3 é atribuído quando se comete uma infração grave, ou quando é atribuído
um Shido quando já se tem shido 2, mas que não chega para terminar o combate. Ao
atribuir-se um Shido 3 a um combatente, atribuí-se um Wazari ao outro.
O
Hansoku-Make é atribuído quando se comete uma infração muito grave, de forma que
esse combatente que sofre castigo é expulso e o outro vence por atribuição de
Ippon. Também é atribuído Hansoku-Make quando se aplica Shido 1 e acumula a um
Keikoku.
Devido
as alterações de regras da FIJ, nos dias atuais só é aplicado o "shido", sendo o
primeiro "shido" aplicado como uma "advertência" dada ao atleta devido por algum
motivo como falta de combatividade, por exemplo, sem contar pontos ao adversário
devido à extinção do "koka", no momento em que o segundo "shido" (equivalente ao
Chui)é aplicado, o outro atleta recebe um yuko, no terceiro, um waza-ari e o
quarto shido, após uma reunião dos três árbitros do combate, é aplicado ou não o
hansoku-make.
Formas de saudação
(Hei)
A
prática do judô é regida por cortesia, respeito e amabilidade. A saudação é o
expoente máximo dessas virtudes sociais. Através dela expressamos um respeito
profundo aos nossos companheiros. No judô, há duas formas de
expressarmos: tati-rei ou ritsu-rei (quando em pé)
e za-rei (quando de joelhos). Esta última é conhecida por saudação de
cerimônia. Efetua-se as seguintes saudações:
- Tachi-rei ou Ritsu-rei
Ao
entrar no dojô bem como ao
sair; Quando subir no tatami para cumprimentar o
professor ou seu ajudante; Ao iniciar um treino com um companheiro, assim como
ao terminá-lo.
- Za-rei
Ao
iniciar, bem como ao terminar o treinamento; Em casos especiais, por exemplo,
antes e depois dos KATA; Ao iniciar um treino no solo com o companheiro,
bem como ao terminá-lo.
Técnicas
Na
aplicação de waza (técnicas), tori é quem aplica a
técnica e uke é aquele em que a técnica é aplicada. As técnicas do judô
classificam-se em:
Técnica | Descrição |
---|---|
Nage-Waza | técnicas de arremesso |
Tachi-Waza | técnicas em pé |
Te-Waza | técnicas de braço |
Koshi-Waza | técnicas de quadril |
Ashi-Waza | técnicas de perna |
Sutemi-Waza | técnicas de sacrifício |
Mae-sutemi-Waza | técnicas de sacrifício para frente |
Yoko-sutemi-Waza | técnicas de sacrifício para o lado |
Katame-Waza | técnicas de domínio no solo |
Ossaekomi-Waza ou Ossae-Waza | técnicas de imobilização |
Shime-Waza | técnicas de estrangulamento |
Kansetsu-Waza | técnicas de luxação ou chave de braço |
Atemi-Waza | técnicas de ataque nos pontos vitais |
Exercícios
básicos
No
judô cada professor pode estabelecer o seu sistema de exercício, o plano geral
de treinamento é o seguinte:
- Taiso
Exercício
de aquecimento, visa aquecer e tornar o corpo mais flexível, desenvolvendo
também a musculatura.
- Ukemi-No-Waza
Técnicas
de amortecimento de queda (rolamentos).
- Uchikomi ou Butsukari
Treinamento
de entradas de técnicas de projeção.
- Tando-Geiko
Treinamento
sombra, também conhecido como Tendoku-renshiu "sombra". É o equivalente ao
uchi-komi (entrada de golpes) porém sem parceiro.
- Nage-Ai (pronuncia-se nague ai)
Projeções
alternadas. Treinamento em duplas, alternadamente cada um projeta (derruba) o
companheiro de treino.
- Kakari-Geiko (pronuncia-se kakari gueiko)
Treinamento
defensivo. Nesse tipo de treinamento um dos componentes da dupla é designado a
defender e o outro a atacar.
- Yaku-Soku-Geiko (pronuncia-se yaku soku gueiko)
Projeções
livres com movimentação. Treinamento com muita movimentação e projeção sem
defesa ou disputa de pegada.
- Handori (pronuncia-se randori)
Treino
livre, "simula" ou reproduz o "Shiai" (competição), pelo qual a aplicação das
técnicas é praticada contra um parceiro, atacando e defendendo, a diferença
básica é que ocorre de forma mais "solta" mais "livre" que nas competições
propriamente ditas.
- Shiai
Competição.
Exige muita habilidade técnica, tática, preparação física e mental. Atualmente
as competições de alto nível envolvem a participação de diversos profissionais,
não somente mais de um "Sensei", entre eles: preparador físico (geralmente
especialista em fisiologia do exercício e/ou treinamento esportivo)
nutricionista, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros. As técnicas já
dominadas no randori devem ser aplicadas sob um determinado conjunto de regras,
sujeitas à pontuações que devem ser avaliadas por três árbitros (um central mais
dois laterais).
- Rolamento - RolloMay
Kata
É
um conjunto de técnicas fundamentais, um método de estudo especial, para
transmitir a técnica, o espírito e a finalidade do judô. O mestre Jigoro Kano
dizia: "Os katas são a éstetica do judô, sem o qual é impossível compreender
o alcance." Kata oferece ao randori as razões fundamentais de cada técnica.
Existem no judô os seguintes katas:
- Nage-no-kata: formas fundamentais de projeção.
- Katame-no-kata: formas fundamentais de domínio no solo.
- Kime-no-kata: formas fundamentais de combate real.
- Ju-no-kata: formas de agilidade aplicadas em ataque e defesa, utilizando a energia de forma mais eficiente.
- Koshiki-no-kata: formas antigas é o kata da antiga escola do JuJutsu. Executava-se antigamente com armadura de samurai.
- Itsutsu-no-kata: são cinco formas de técnicas. Expressão teórica do judô baseado na natureza.
- Seiryoku-zenko-kokumin-taiiku-no-kata: é uma forma de educação física, baseada sobre o princípio da máxima eficácia, visa o treino completo do corpo.
- Kodokan Goshin-Jutsu: técnicas de autodefesa.
Nage-no-kata
É
o primeiro kata do judô; compõe-se de quinze projeções divididas em cinco
grupos de técnicas:
Te-Waza | Uki-otoshi | Ippon-seoi-nage | Kata-guruma |
Koshi-waza | Uki-goshi | Harai-goshi | Tsurikomi-goshi |
Ashi-waza | Okuriashi-harai | Sasae-tsurikomi-ashi | Uchimata |
Ma-sutemi-waza | Tomoe-nage | Ura-nage | Sumi-gaeshi |
Yoko-sutemi-waza | Yoko-gake | Yoko-guruma | Uki-waza |
Os
dois judocas executam com extrema seriedade, concentração mental é muito
importante. Inicialmente cumprimentam o joseki (lugar de honra, mesa
central) na postura Chokuritsu (Ritsu-rei), voltando em seguida um para o
outro para se saudarem mutuamente na posturaSeiza (Za-rei), levantam-se e
avançam um passo iniciando com o pé esquerdo.
Em
seguida partindo em ayumi-ashi avançam um para o outro e inicia-se
o kata. Todas as projeções são feitas para o lado direito e esquerdo
do uke. Voltado para o Joseki, o tori fica à esquerda e
o uke à direita.
Ideologias
e espíritos
- Quem teme perder já está vencido.
- Somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e, sobretudo humildade.
- Quando verificares com tristeza que não sabes nada, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado.
- Nunca te orgulhes de haver vencido a um adversário, ao que venceste hoje poderá derrotar-te amanhã. A única vitória que perdura é a que se conquista sobre a própria ignorância.
- O judoca não se aperfeiçoa para lutar, luta para se aperfeiçoar.
- Conhecer-se é dominar-se, dominar-se é triunfar.
- O judoca é o que possui inteligência para compreender aquilo que lhe ensinam, paciência para ensinar o que aprendeu aos seus semelhantes e fé para acreditar naquilo que não compreende.
- Saber cada dia um pouco mais e usá-lo todos os dias para o bem, esse é o caminho dos verdadeiros judocas.
- Praticar judô é educar a mente a pensar com velocidade e exatidão, bem como o corpo obedecer com justeza. O corpo é uma arma cuja eficiência depende da precisão com que se usa a inteligência.
Cinco
fundamentos
- →Shinsei (postura)
Existem
dois tipos de postura no judô Shisentai, que é a postura natural do corpo e
Jigotai, que é a postura defensiva
- → Shintai (movimentação)
Ayumi-ashi,
andando normalmente.
Suri-ashi,
andando arrastando os pés.
Tsugi-ashi
(apenas em katas), que anda-se colocando um pé a frente e arrastando o outro,
sem ultrapassar o primeiro.
- → Tai-sabaki (deslocamento de corpo / tai = corpo; sabaki = deslocamento)
Pode
ser: Mae-sabaki (para frente), Ushiro-sabaki (para trás) ou Yoko-sabaki (para os
lados)
- → Kumi-Kata (pegadas, formas de pegar)
Existem
inúmeros tipos de pegadas, sendo apenas proibida a pegada por dentro da manga e
por dentro da barra da calça.
A
pegada pode ser feita no eri (gola), sode(manga) e, desde que haja o
desequilíbrio do adversário ou o adversário esteja fazendo a pegada cruzada
(manga e gola do mesmo lado), no chitabaki(calça). Pode ser de direita (migui)
ou de esquerda (hidari). Variando entre canhotos e destros, embora para algumas
projeções se use a pegada de lado contrário ao qual se vai atacar.
- → Ukemi (amortecimento de quedas)
Os
"rolamentos" são fundamentais para a segurança do praticante, a física explica:
estas técnicas "dissipam" a energia cinética que, se fosse transferida na sua
totalidade para os órgãos internos, poderia causar prejuízo à saúde.
Os
ukemis são : Ukemi Zenpo kaiten -> Zenpo ( rolamento) kaiten ( rotação) ,
logo ukemi que você rola e gira. Ushiro ukemi -> Ushiro ( para trás) , logo
ukemi para trás. Mae ukemi -> Mae ( para frente) , logo ukemi para frente.
Yoko ukemi -> Yoko ( para o lado) , logo ukemi para o lado.
Fases da
projeção
O
que é preciso para aplicar um golpe perfeito
- 1º Kumikata (pegada, domínio do judogui do adversário)
- 2º Kuzushi (quebra, desequilibrio)
- 3º Tsukuri (construção, preparaçao, encaixe)
- 4º Kake (colocação, execução)
- 5º Kime (finalização, definição)
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